CFMV reúne IES participantes do Projeto Estratégias de Ensino-aprendizagem

04/06/2017 – Atualizado em 31/10/2022 – 8:45am

Por Carolina Menkes

Coordenadores e professores de Medicina Veterinária de todo o Brasil estiveram reunidos neste domingo (4/6), em Brasília (DF), para divulgar resultados e compartilhar experiências durante o I Encontro das IES do Projeto Estratégias de Ensino-aprendizagem do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). Até o momento, 27 Instituições de Ensino Superior (IES) de 13 estados, além do Distrito Federal, já aderiram ao projeto do CFMV.

Na abertura do encontro, o presidente do CFMV, Benedito Fortes de Arruda, agradeceu às IES que aderiram à iniciativa. “Foi graças a vocês, que acolheram ao nosso chamado, que estamos aqui para evoluir enquanto seres humanos, na busca incessante por formar não só profissionais técnicos e acadêmicos, mas sobretudo cidadãos".

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Benedito Fortes de Arruda e Antonio Felipe Wouk. Foto: Ascom/CFMV

Arruda destacou que a valorização da humanidade deve se dar em todos os seus aspectos. “Todos temos problemas, dificuldades e emoções pelos quais passamos diariamente. É preciso saber lidar e respeitar a sensibilidade das pessoas”, completou Arruda.

Para o presidente da Comissão Nacional de Educação da Medicina Veterinária (CNEMV) do CFMV, o encontro coroa o esforço conjunto das IES. "Os protagonistas que deram vida ao projeto foram os docentes das instituições que voluntariamente atenderam ao apelo de promover a educação da Medicina Veterinária no país", ressaltou Wouk.  

Isabela Llurda e Regina Werneck, da Assessoria de Gestão Estratégica do CFMV, apresentaram os resultados gerais do projeto até o momento.

As metas foram superadas em todas as instituições participantes, segundo Werneck. Na avaliação realizada com os alunos, a maioria disse que após o projeto o interesse pelo aprendizado aumentou, tendo favorecido a aquisição do conhecimento. 

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Regina Werneck e Isabela Llurda. Foto: Ascom/CFMV

Na avaliação dos professores, a maioria também considerou que as estratégias favoreceram o desenvolvimento profissional e o desempenho como docente, além de terem despertado maior interesse dos alunos.  “Os dados mostram que o esforço das IES valeu a pena”, destacou Werneck.

A integrante da Ages/CFMV lembrou que todos têm duas profissões – a de médicos veterinários e a de professores e questionou os presentes. “O quanto vocês, como líderes, lembram aos seus alunos da importância da Medicina Veterinária? O quanto acreditam que são médicos da humanidade?”

Histórico

Isabela Llurda resgatou o histórico do projeto – que surgiu em 2012, durante o XX Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária, com a construção conjunta das estratégias de ensino-aprendizagem.

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Isabela Llurda. Foto: Ascom/CFMV

O projeto-piloto aconteceu em 2013, na Universidade de Cuiabá (Unic) e na Faculdade Evangélica do Paraná (Fepar). No mesmo ano, Llurda lembra que a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) divulgou disparidades na formação do médico veterinário ao redor do mundo e a inadequação do ensino veterinário na maioria de seus países membros. “A OIE conclamou então os órgãos estatutários a atuarem na melhoria da qualidade do ensino. E já estávamos com o projeto em curso há dois anos”, comemora.

Modelos educacionais

Durante o encontro, soluções educacionais diferenciadas também foram apresentadas por IES que fazem parte do projeto. Foi o caso do modelo educacional implantado para todos os cursos de saúde do Centro Universitário do Norte (Uninorte), de Manaus (AM).  Alguns exemplos aplicados na instituição incluem o currículo integrado, a aprendizagem orientada por competências e habilidades, a diversidade de metodologias e as experiências interprofissionais.

“A metodologia se propõe a ensinar as ciências morfológicas e fisiológicas de maneira integrada e através de múltiplas ferramentas”, explica a coordenadora pedagógica da Uninorte, Paula Orofino.

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Paula Orofino. Foto: Ascom/CFMV

Na instituição, também é utilizada a simulação para o treinamento de habilidades. “É uma situação controlada, para que os alunos esgotem a prática para depois aplicarem em uma situação real”. Segundo ela, a maioria dos estudantes reconhece, após a simulação, que precisa estudar mais e trabalhar a segurança.

Na Universidade Federal de Sergipe (UFS), campus do Sertão,  Edísio Oliveira viu pela primeira vez, após 20 anos como professor de ensino tradicional, os alunos comemorarem aniversários de colegas em sala de aula. A prática, para ele, reflete a aplicação das novas metodologias e a integração entre os estudantes. “Estamos falando de uma geração que não aceita mais metodologias antigas”, diz.

Segundo Oliveira, o estudante deve ser o protagonista do processo de aprendizagem, exercitando a autodisciplina, a curiosidade e a inquietude. “O futuro profissional tem que estar preparado para atender não só às necessidades do mercado, mas da própria sociedade”, acredita.

O professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Eros Luiz de Souza, acredita que ser médico veterinário é apenas o primeiro passo. “Eu tinha habilidade para ser professor, mas a partir do projeto estou desenvolvendo a competência de ser professor. Temos que ter essência no que fazemos”.

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Eros Luiz de Souza. Foto: Ascom/CFMV

Seminário de educação

As discussões sobre a educação da Medicina Veterinária continuam nesta segunda e terça-feira (4 e 5/6), em Brasília, durante o XXIII Seminário Nacional de Educação da Medicina Veterinária, que terá como tema a Acreditação dos Cursos de Medicina Veterinária.

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Assessoria de Comunicação do CFMV